Oxford suspende estudo no dia que Pazuello promete vacina para janeiro

O laboratório Astrazeneca anunciou nessa terça-feira (8) a interrupção de estudos internacionais, em parceria com a Universidade de Oxford, para desenvolver uma vacina contra a Covid-19. A suspeita é de que tenha ocorrido uma reação adversa grave em um dos voluntários no Reino Unido.

O imunizante inglês é a principal aposta do governo Jair Bolsonaro, que já zombou dos estudos produzidos na China em parceria com o seu rival, o governador João Doria (SP). A suspensão do estudo ocorreu no dia em que o ministro interino da Saúde do Brasil, Eduardo Pazuello, prever para janeiro a vacinação de brasileiros.

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A notícia da paralisação foi divulgada pelo site americano Stat News, especializado em saúde e ciência. Segundo o laboratório, a interrupção tem como objetivo dar tempo para que os pesquisadores avaliem se a reação adversa observada em um dos participantes foi ou não causada pelo produto.

Informada sobre a suspensão, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) disse que aguarda mais informações da Astrazeneca para se pronunciar oficialmente. O governo federal abriu crédito de cerca de R$ 2 bilhões para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) receber, processar, distribuir e passar a fabricar sozinha a vacina.

Testes no Brasil

A vacina contra a Covid-19 desenvolvida pela Oxford e AstraZeneca está sendo testada em 5.000 brasileiros. Muitos já receberam a 2ª dose da substância. Segundo a Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que coordena os testes, não houve notificação de efeitos adversos.

O acordo com o governo federal prevê a oferta de 30 milhões de doses até o fim do ano. Caso a vacina tenha sua eficácia comprovada, a previsão do Ministério da Saúde é produzir, inicialmente, 100 milhões de doses a partir de insumos importados.

Irresponsabilidade

Ainda ontem, o presidente Jair Bolsonaro reafirmou a não obrigatoriedade de imunização. "A gente não pode injetar qualquer coisa nas pessoas e muito menos obrigar. Eu falei outro dia "Ninguém vai ser obrigado a tomar vacina? e todo mundo caiu na minha cabeça?, afirmou o presidente em encontro com um grupo de médicos que defendem o uso da hidroxicloroquina, medicamento ainda sem eficácia comprovada. 

Com informações do Estadão